Você acordou cedo e fez a mala em silêncio.
Saí da cama às 10h, como sempre. Por volta das duas, pus a mesa. Você pediu um delivery de comida chinesa. Seguíamos bem em nosso teatro do dia-a-dia, até que você inventou de colocar aquela fitinha dos Beatles. Pra quê, amor?
Debruçamos sobre a mesa de fórmica, sei lá por quanto tempo. Braços entrelaçados, lágrimas convulsivas. Fiz a patética pergunta:
- Quer que eu chame um mototáxi?
Você partiu. Daquele dia em diante foi um tal de passar noite acordada, pintando poemas de Pessoa nas paredes do quarto, incomodando amigos e uma vontade danada de morrer aos 20 anos.
Entrevista para o podcast Urbanidades
Há 4 meses
3 comentários:
Mônica, acho que você deve investir na literatura. Você é ótima ficcionista. Vivo.
Amore,
teu elogio me causou arrepios e tem quase que o sentido de uma ordem para mim, pelo escritor que você é pelo leitor crítico, que bem conheço.
um beijão,
Mô
Há quanto tempo eu não ouço a palavra "mototáxi"... ai Mo.. mandaste muy bien.
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