segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Maré

É como se a cidade me soubesse e comigo nublasse.
Mar escuro, maré alta, afogar de sentimentos em águas de desejo, frustradas.
A chuva encharca o pátio, as ruínas do casario. Cá dentro está molhado, chuva fina em minha face, feições convulsas, onduladas. No coração, o charco.
Gosto de ver a chuva chegar do mar, irmanar o pranto.
Gosto mais do sol a secar as roupas no varal e de amar sob sua luz.
Que o inverno não se vá sem a dádiva de um amante.

Nenhum comentário: