sexta-feira, 1 de maio de 2009

Lírica impura IV

III

O amor também pede trégua.
Anoitece.
Desidrata.
E quando alguma luz
quase acontece
de novo o ocaso
das coisas livres mas gastas
tão gastas
que até mesmo o tempo
nelas se refaz como se nunca
tivessem sido
outra coisa
que o derruído.

O amor também pede trégua.
Pede o afeto do amigo.
Mão alheia que seja.
Mas que seja
breve
insana
fogo que súbito se alastra.

Edson Costa Duarte (Vivo)

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