quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Pau
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
esquizovida
domingo, 21 de novembro de 2010
Outono em Barcelona
sábado, 13 de novembro de 2010
Burrice bilíngue
terça-feira, 9 de novembro de 2010
solidão contente
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
De passagem
O que havia entre a gente era um lugar fora da nossa vida confusa. Um dia, uma noite juntos, era um tempo de caminhar no desconhecido, de flanar pela cidade em segredo, feito espectro atravessando coisas pesadas, saindo lindo do outro lado. A frequencia não era importante, era intenso, tanto, tanto, que eu ficava dias, cheia como um sapo só de lembrar de uma bobaginha que me disse. Hoje eu olhei pra nós, resolvendo coisas de ficar longe, para tentar ficar perto novamente e tive vontade de chorar.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
terça-feira, 12 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
La inmigración
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Desconhecimento contente
Não te deixes decifrar, não te quero devorar. Minha fome é de segredos. No negrume dos teus olhos é que me perco e no pôr do sol que eu mais me acho à vontade. Teu som mais bonito é este grito estridente em meu ouvido. O resto é blá blá blá.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Henri Salvador
domingo, 5 de setembro de 2010
Ser diferente
Hoje eu sei o quanto aprendi por esta diferença da pele, por este corpo que se auto-tatua, totalmente a revelia. Continuo pensando que quero namorar pessoas que gostem de mim como sou, mas isto já não tem mais nada a ver com vitiligo.
sábado, 4 de setembro de 2010
Manhã
A vida parece o ofício
De enxaguar a terra
Secar feridas
Tarde
A luz diminuta
Firmo o passo
E acredito em mim
Acredito
Noite
Já estou certo
Que sobrevivo
Até amanhã, de manhã
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Hiper degradação humana
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Desconexo
Tenho um vendaval na cabeça e um torpor, tipo quando a gente bebe demais e cisma de fechar os olhos. O mundo vai girando, a gente quer que ele pare, mas o mundo é desobediente. Abrir os olhos ajuda, por alguns segundos. Depois a gente fecha e começa de novo.
Penso em te dedicar um poema, mas o que escolho parece desconexo para a resposta a tua carta. Pode uma resposta ser desconexa? Pode! As conexões pertencem aos sentimentos, coisa que a palavra vive a bulir e, não raro, tonteia, desmaia e cala, sem dizer o que queria.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Sol de Primavera
Quando entrar setembro
e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
onde a gente plantou
Juntos outra vez
Já sonhamos juntos
semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
no que falta sonhar
Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
uma nova canção
Que venha nos trazer
Sol de primavera
abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor
só nos resta aprender...
Beto Guedes
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Saudades da capitar
domingo, 29 de agosto de 2010
Floripa, feminismo, amor e amizade
Minha relação com Santa Catarina sempre foi intensa. De luas cheias, mar, encontros inesperados, outros cuidadosamente agendados, gente linda que se inscreve em minha história, ali naquela terra. O encontro feminista, Fazendo Gênero 9, realizado em Florianópolis, de 23 a 26 de agosto, merece minha narrativa em primeira pessoa. É tudo verdade!
Cheguei ao congresso para apresentar um trabalho sobre heteronormatividade e não-monogamia, tema ao qual me entrego por amor e que me coloca, ironicamente, em absoluta solidão. Tecer palavras é ofício que se faz só.
Já na chegada em São Paulo, para uma conexão e um nascer de sol por detrás dos edifícios, encontrei Lu, do NEIM (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher). Sob a luz laranja que invadiu o aeroporto de Congonhas, conversamos longamente sobre as relações afetivas neste século XXI. Em Floripa, mais mulheres, de todas as partes do mundo, e homens interessantes.
Uma placa na sessão de credenciamento, “INSCRIÇÕES ENCERRADAS”, dava conta das quase 5 mil pessoas que circulavam pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Eu estava nervosa com meu debut em congresso e, especialmente, neste congresso, que vim a saber, é o maior encontro feminista do mundo, informação que me deu a mineira Keila, professora da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), que trabalha com o impacto da formação de professores para a diversidade sexual nas escolas.
Gostei de apresentar meu trabalho. Ouvi de três homens que participavam do simpósio temático, Novas Perspectivas sobre Direitos Humanos: reconfigurações teórico metodológicas, novos atores e processos no cenário internacional e perspectivas para o contexto brasileiro, comigo, que o tema não-monogamia era inquietante e que nunca haviam pensado nisto criticamente. O coordenador do ST disse que meu texto era primoroso e fiquei “faceira”, como dizem os gaúchos.
Depois da apresentação, celebrei. Encontrei Nanda, amiga das antigas, que eu não via há quatro anos, e senti aquele frescor de que só o amor é capaz. Parecia que o tempo tinha voltado e a gente estava rindo e se abraçando como antes, como sempre. Falamos da vida, das nossas relações e percebi, com um pouco mais de clareza, o quanto é importante, para mim, dedicar aos encontros amicais a mesma exclusividade que dedico aos encontros amorosos. Preciso deste espaço de troca, absolutamente íntimo e secreto, com meus amigos.
Na volta, lua cheia e a alegria de pisar em Salvador, terra onde cultivo minha revolução pessoal. Aquela expectativa gostosa de, um dia, voltar a Santa Catarina, o canto mais precioso do sul do Brasil e um palpite sobre minha pessoa: eu vim aqui para desorganizar.
Tigres marinhos
sábado, 21 de agosto de 2010
Dez chamamentos ao amigo
De luas, desatino e aguaceiro
Todas as noites que não foram tuas.
Amigos e meninos de ternura
Intocado meu rosto-pensamento
Intocado meu corpo e tão mais triste
Sempre à procura do teu corpo exato.
Livra-me de ti. Que eu reconstrua
Meus pequenos amores. A ciência
De me deixar amar
Sem amargura. E que me dêem
Enorme incoerência
De desamar, amando. E te lembrando
- Fazedor de desgosto -
Que eu te esqueça.
Hilda Hilst
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Os imbecis são de toda parte
- Por favor, não tome nenhuma decisão antes de ler este livro.
- Homens são de marte, mulheres são de vênus... Auto-ajuda?
- Sei lá, isto não importa. Acho que vai ajudar na nossa comunicação.
- Ok!
Dois dias depois, naquela mesma mesa:
- Já terminou?
- Sim e foi muito esclarecedor.
- E então?
- Sou de marte, este livro é uma merda e quero o divórcio!
domingo, 8 de agosto de 2010
sábado, 7 de agosto de 2010
Ocaso
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Miniconto para um dia de chuva
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Para redação de emprego
terça-feira, 8 de junho de 2010
Ave, Engels!
Friedrich Engels em A origem da família, da propriedade privada e dos Estado
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Dicionário heteronormativo
segunda-feira, 8 de março de 2010
Mulheres com QI mais elevado são infiéis
Mentira! O JN não revelou que a mesma pesquisa constatou que mulheres com QI elevado não são necessariamente monogâmicas e que a interpretação do pesquisador para evolução da espécie é a capacidade do ser humano de quebrar dogmas.
QIs a parte eu queria chamar a atenção para a intencionalidade dos discursos, dos pesquisadores e do Jornal Nacional. Primeiro, a pesquisa foi realizada dentro de uma escola de economia. Quer dizer que por trás da ligação QI/monogamia há uma questão econômica que não chega ao conhecimento do telespectador, mas permite localizá-la naquele campo de estudos que trata o sexo enquanto economicamente útil e delimita seu olhar por esta utilidade.
Segundo, a escolha da metodologia, a avaliação de QI, responde sobre as vozes reconhecidas pela pesquisa: pessoas cuja inteligência coincide com o conceito de inteligência dos pesquisadores. Sobre este assunto, gostaria de citar o filósofo Hilan Bensusan, para quem “as medidas de inteligência servem para que não precisemos prestar atenção no que todas as pessoas dizem – basta que escutemos as pessoas inteligentes; desde que, é claro, tenham dinheiro, prestígio e a cor de pele certa ”. Medir a inteligência pelo QI é descartar todas as inteligências que um ser humano possui e, neste caso específico, empobrecer o conhecimento sobre uma das maiores riquezas humanas: o amor.
Terceiro, o tom alegre da narrativa sobre a evolução da espécie, supostamente capitaneada pelos seres do sexo masculino, contrasta com o tom lamentoso sobre o comportamento das mulheres. Por que o título da matéria do JN não foi “mulheres com QI mais elevado são infiéis”?
sexta-feira, 5 de março de 2010
Avatar
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Aos que são da minha laia, saudações!
Ter a minha fala sobre amor livre autorizada num espaço de articulação de poder e saber foi uma conquista que eu quero compartilhar com todas as pessoas que amam, sem restrições.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Perolinha de Deleuze
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Dogmas de amantes
Amor não é isso nem aquilo, amor é isso e aquilo. Esfinge avessa a devorar quem desvenda seu segredo.
Perolinha do Denilson Lopes
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Slogans para poliamor
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Os ensinamentos do pôr do sol
O mar, as nuvens, os navios, os barcos, as velas, o largo, tudo parece estar ali em disposição divina a este momento. Também eu que me coloquei na janela do quarto para receber a dádiva de assistir ao pôr do sol na Baía de Todos os Santos.
Hoje o sol escreveu com seus raios que amar é saber apreciar o etéreo.
Perolinha do Tom Zé
sábado, 9 de janeiro de 2010
Aeroporto
Não sabia da conexão, não imaginava chegar este dia, em que o calor do Rio lhe daria tédio. Fora do aeroporto parecia que tudo ia derreter aos 37º C. Por dentro, a cruviana cortava-lhe os membros. O sorriso da namorada brilhava na memória, mudava de tom, desbotava e pontiagudo, feria. As vezes vinha acompanhado de seios, cabelos em diferentes medidas, feições confusas de tão imaginadas. Café, cigarro, revista, mais café, mais cigarro, o olhar rancoroso dos antitabagistas.
Desde que o Galeão se tornara uma lembrança triste, era a primeira vez que Horácio pisava naquela terra. Pensou que seria uma ocasião ótima para um infarto ou para um acidente aéreo. Morrer de um ou de outro seria de bom grado. Morte instantânea e indolor. Morte da memória, morte da saudade, morte. Depois desanuviou diante da possibilidade de, no caso da queda do avião, fazerem uma camiseta com sua foto escrito ‘justiça”! Não, nem, ninguém merece. Lógico que nenhum de seus amigos ia fazer esta sacanagem póstuma, mas e se ele caísse nas graças de umas dessas ONGs de classe média, hein? Não, ele não. Pensando bem esse papo de acidente aéreo não era tão legal.
Legal seria Marina embarcando no vôo só de calcinha, várias pessoas enfartando, a moral e os bons costumes paralisados diante de tamanha sensualidade e depois... Vamos ver, depois Marina sentando no seu pau, puxando a calcinha de ladinho, buscando espaço entre os bancos para apoiar as pernas, o pau entrando bem devagarinho no começo, depois o cavalgar em diversos ritmos, enquanto a galera bate punheta, começa a se bolinar. Era assim que ela gostava, com gente olhando ela gozar. Ficou de pau duro neste pensar.
Lembrou-se de um amigo que gostava de citar Valéry: “O mais profundo é a pele”. Bota pele para suportar tamanha verborragia depois da transa! Bota a pelezinha dele mais a de Marina. Ufa! Se ela não fosse tinhosa ele ia gostar mais deste pouso.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Perolinha do Nietzsche
Aforismo número 427, do livro Humano, demasiado humano.
Feliz 2010!
Resolvi inaugurar uma sessão diária no Arvorada, chamada Perolinhas, na qual vou publicar diariamente pensamentos dos meus autores prediletos. Eu não poderia começar o ano com outro autor, senão Nietzsche.
Aos meus amigos, amores, leitores deste bloguinho eu desejo um maravilhoso 2010!
Que a liberdade, o respeito e o amor sejam o tom deste ano que encerra a primeira década do século XXI!